domingo, 18 de setembro de 2011

* Ecos - por Anna Carbonera

Anna Carbonera

Anna Carbonera, fotógrafa e poetisa, é por si mesma uma continuidade da arte que exterioriza. Sendo capaz de tocar o coração e o olhar das pessoas pelas quais passa, deixa em todos uma semente de fé e confiança, plantadas através de sua devoção à espiritualidade e ao tarô. Em suas poesias, transparece seus ideais e seu modo próprio de interpretar suas percepções do todo, traduzindo sentimentos em palavras. Percebo sua alma através dos versos de Existência, um de seus poemas publicados na Antologia Caxiense de Poetas:

"Quando as flores deixarem de existir… vou com elas
Quando a dor exterminar o lirismo cesso
"

A seguir, apresento Ecos, uma poesia cujo significado remete ao arcano XVIII do tarô, A Lua. A reverberação emocional só é percebida através do silêncio.

A Lua ~ I Tarocchi degli Angeli ~ Lo Scarabeo

Ecos


Ouço gritos longínquos e temo
temo que possam existir em mim
O medo desaponta
lembra-nos a fragilidade interna
Esteriliza a alma
sublime condensação
São ecos da solidão

O tempo não limita a saudade
a serenidade se faz loucura
A loucura vaga em distantes lembranças
o duelo exige perseverança, ponderação
Os sensatos preferem a morte… interação

Neste silêncio extenso
o vazio das palavras
Nas frases exorcizadas
a meia verdade dissimulada

Desfalece no olhar casto
a última gota de saudade
Existe o silêncio
as imagens descontínuas
O despertar dos questionamentos
Lamentos

Encontrei olhos que tinham o poder da comunicação
Hoje são ecos…
…ecos de solidão

nesta temporária separação faz esmaecer
a vivência, mas o vínculo existe e o
Ensinamento persiste neste fragmento de
Existência…

À LUIZ CARBONERA

-- por Anna Carbonera

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